Quando anoitecer no dia de hoje e o Avô Sol seguir sua travessia pelo
inframundo até alcançar o Nadir (ponto contrário ao Zênite), terá sido
completado o Oxlajuj B’ak’tun. Entre a diversidade de opiniões à
respeito do início e término de um dia do Sagrado Calendário, está
aquela sustentada por muitos Maias de Guatemala e México, na qual se
considera a meia-noite verdadeira, como o ponto crítico entre o fim e o
princípio de um novo Q’IJ.
Mas, voltando ao Oxlajuj B’ak’tun: o
que acontecerá no 21 de dezembro (amanhã) não é o princípio de um novo
ciclo e sim seu ASSENTAMENTO. Isto é, sobre o Nahual 4 Ajpu’ ou energia
espiritual que sustenta tal período, é construído um novo TUN de 360
dias, um novo K’ATUN de 7.200 dias e um novo B’AK’TUN DE 144.000 dias.
É
um momento de transição que se explica desde o conceito Maia de “zero”:
um princípio potencial semelhante a uma flor, da qual vem um fruto, uma
semente e uma árvore. Hoje completamos o 13 B’ak’tun. Amanhã haverá um
nascimento, uma flor, um silêncio espiritual onde tudo é repensado pelo
Coração do Céu-Coração da Terra, desde o profundo, desde sua calma
invisível de pura consciência e vida. Este “repensar” colocará (ou já
colocou, uma vez que estamos falando de níveis transcendentes de onde o
“tempo” não é expressado ainda) as bases de construção de tudo que há de
surgir posteriormente.
O fruto é o TUN, a semente o K’ATUN e a
árvore referida o 14 B’AK’TUN, que será concluído em 144.000 dias. Como
pode ser percebido, não acaba aqui a conta dos B’AK’TUN. Não entramos,
como dizem algumas pessoas, ao 0 B’AK’TUN. É uma falácia que não se
sustenta nas bases da Cosmovisão Maia, na estrutura de fundo, antes
mencionada. Pois como atestam os registros arqueológicos, para os Maias
antigos, os criadores deste conceito de tempo, a conta dos B’AK’TUN deve
chegar a completar um PIKTUN, isto é, 20 períodos B’AK’TUN.
Não
obstante, isto não minimiza a importância para a implementação do 13
B’AK’TUN que se encerra hoje, o qual por sua estrutura interna é um
Cholq’ij composto de 260 K’ATUN. Além disso, sua importância não é
histórica, arqueológica ou folclórica, muito menos turística ou uma
desculpa para um bem pago espetáculo. Sua importância é ESPIRITUAL. Por
tanto, o dia de hoje, dia de fechamento de um longo período, terá
evidentes efeitos na vida pessoal e coletiva. Hoje se integra o Oxlajuj
B’ak’tun à humanidade tal e como se constata nos acontecimentos que
estão ocorrendo nestes tempos convulsivos e que se estenderão a todas as
luzes e datas vindouras.
Não importa a negação de pesquisadores
ou céticos, suas campanhas de desprestígio ou o mal entendidos
propagados pelos sensacionalistas, que infundem temor e bloqueiam o
interesse de muitos pesquisadores sérios por esta verdadeira ciência
espiritual. Há uma matemática oculta nas contas calendáricas Maias, que
liga o invisível ao visível, e isto se vive, se experimenta nas
comunidades, é de experiência comum para muitos seres humanos nestes
dias.
Para aquelas e aqueles que sintam o chamado deste momento e
que tenham a consciência aberta à experiência do intangível, deverão
saber que estes dois dias SIM são de grande importância para suas vidas.
Será para todo o mundo, mas alguns aproveitarão conscientemente e os
demais, que de igual forma, nunca estiveram desligados do tempo,
carregarão seus efeitos, tal e qual como lhes é próprio em seus
processos evolutivos particulares.
Hoje devemos despedir-nos
daquilo que há minado nossas vidas, da inconsciência e dos
condicionamentos que aprisionam o poder de nossas mentes, as quais são
altamente criativas. É tempo para deixar para trás o subdesenvolvimento
afetivo que nos faz egoístas, intolerantes, desrespeitosos, ingratos e
cruéis. É hora de despojar-se do medo de viver com plenitude, com poder
total. Hoje morremos àquilo que somos e o fazemos com TOTAL GRATIDÃO a
todo este TUN e K’ATUN, ao B’AK’TUN, onde nossos ancestrais têm sofrido e
superado inúmeras provas.
Recolhemos e guardamos todo este
aprendizado no coração. Pois é da Grande Árvore Ceiba, que é o 13
B’AK’TUN, que sairá a FLOR que receberemos amanhã. E como todas as
crianças que largam seus brinquedos para aproximar-se de assuntos mais
amplos, assim deixaremos tudo aquilo que já não serve mais em nossas
vidas. Que permaneça o melhor, a essência deste grande período: UM
INTELECTO CIVILIZADO. Acredito que isto pode ser agradecido. A formação
de SUA CULTURA durante séculos de história... isto também. A ciência, a
tecnologia, a arte e tantas outras coisas de grande valor são recolhidas
e levadas a uma nova aplicação.
E amanhã? Grande dia para
meditar. Grande dia para o silêncio e para unir nosso coração ao Coração
do Céu-Coração da Terra. É um momento de receber, de abrir-se ao que o
Chuc-Ajaw, Mãe e Pai da existência tem refletido para você, para sua
família e comunidade. A chave é a receptividade.
Levante-se cedo e
espere a saída da Estrela Matutina. Coloque suas oferendas com alegria
(pode ser uma vela, uma flor, seu coração e pensamento ou uma grande
cerimônia compartilhada com seus amigos ou solitariamente). E, quando o
Sol saia no horizonte, abra sua mente e coração a seus raios. Momento de
orar... O quê? Abra-se à adoração da VIDA, à origem infinita de seu
SER. Agradeça com plenitude de mente e afeto à Grande Avó, que é
vibrante na Natureza. Abra-se como nunca, para receber sua bênção. ESSE
É O PONTO CRUCIAL: receba SUA BÊNÇÃO QUE MARCARÁ SUA EVOLUÇÃO NOS
PRÓXIMOS TUN E K’ATUN. Lembre que o TUN de 360 dias é o fruto da flor 4
Ajpu’. Durante o K’AK’TUN de quase 20 anos, haverá sementes para semear.
O B’AK’TUN transformará sua semeadura em árvores ou em bosques, dos
quais muitos se beneficiarão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário