Para os antigos Maias, isto é, para aqueles do período chamado “Clássico” (de 320 a 987 d.C.), de quem se sabe terem utilizado em profusão a conta dos B’ak’tun, este período longo que culminou em 21 de dezembro de 2012, poderia ter sido continuado. Quer dizer, a conta dos B’ak’tun poderia ser seguida por vintenas. Assim, vinte B’ak’tun formamum Pik’tun e inclusive por períodos muito mais longos. Há restos arqueológicos onde este conceito está claramente expressado.
Acabamos de concluir o 13 B’ak’tun e à partir de agora, inicia-se um novo, e, segundo esses princípios, trata-se do 14, que não estará completo, senão daqui a 144.000 dias. Daí virão o 15, o 16... até completar um Pik’tun.
Mas também poderíamos considerar que agora se encerra um 13 B’ak’tun para dar início a outro. O 13 B’ak’tun é um período muito concreto e especial para o pensamento Maia antigo, tal como demonstrado em recentes pesquisas arqueológicas. Não é de se estranhar que o 13 B’ak’tun tenha essa importância, uma vez que tem características muito particulares (como de condensar exatos 7.200 Cholq’ijab’ ou 260 K’atun). Sua sacralidade dentro da Cosmovisão Maia é óbvia.
Visto isto, podemos dizer que na conta do tempo Maia, tudo depende do ponto de vista de onde partimos. Nos dirigimos a cumprir em um futuro “distante”, um Pik’tun. Ao mesmo tempo, estamos iniciando um novo ciclo Oxlajuj B’ak’tun. Não há contradição.
Há outro ponto importante a ser considerado. Esta maneira especial de “contar o tempo”, está sendo recuperada graças ao esforço de arqueólogos e outros estudiosos. Isto tem muito mérito e deve ser agradecido. Agora bem, cabe ao povo Maia e àqueles que se interessam de verdade por esta visão do Cósmos, entender e restaurar o fundo espiritual daquilo que a ciência tem recuperado durante o último século. Disso parte a importância de que toda pesquisa sobre este tema, seja de ordem multidisciplinar e inclusiva, isto é, ciência e espiritualidade devem reunir-se em nossos esforços para recuperar uma herança que será útil, não somente para seus legítimos herdeiros, como também a todos aqueles que queiram aproximar-se desta fascinante ciência espiritual.
texto Juan Carlos Romera Sales
tradução Leslie Almeida
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