quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A DEIDADE NO MUNDO MAIA


Os Maias são politeístas? Não. Os Maias são monoteístas? Tampouco. Temos sempre a tendência de aprisionar as outras culturas segundo nossos critérios “ocidentais”. É impressionante, mas até os estudiosos mais afamados e brilhantes caem nessa armadilha com grande facilidade.
Para os Maias de ontem e de hoje, TUDO É SAGRADO. O divino não é um conceito abstrato. Não há um conceito de deidade afastado da realidade física. Está em tudo e através de tudo.
Por isto, sua expressão é múltipla. Porque cada lugar, cada montanha, cada pedacinho de terra, animal, planta, árvore, estrela... é uma manifestação de sua prodigiosa inteligência e poder.
Tudo é um e múltiplo ao mesmo tempo e tudo é visível e invisível simultaneamente. Daí, é que há a possibilidade de falar ou estabelecer comunicação com o Divino de tantas e tantas maneiras. Isto não são fantasias. É constatável.
Todas as formas geradas, umas mais fortes, outras menos, são canais individuais de comunicação com TZ’AQOL B’ITOL... O Criador e Formador, Pai e Mãe da Vida, da existência, doador da respiração, doador do coração... assim reza o Popol Wuj.
Quando um pesquisador que não passou por experiências espirituais, “estuda” culturas como a Maia, dirá que são “animistas” ou falará de “nahualismo” e catalogará o conjunto como “crendices”. Não sabe que a vivência do SAGRADO em TUDO é o que realmente se expressa na espiritualidade Maia. E o SAGRADO em TUDO não pode ser entendido, precisa ser sentido... primeiro no próprio corpo, no próprio sangue e nos ossos. Depois se abrem os olhos, despertam-se os sentidos e se percebe o SAGRADO em TUDO.
texto de Juan Carlos Romera Sales
tradução: Leslie Almeida

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