sexta-feira, 19 de abril de 2013

O CONCEITO DE “DIA” ENTRE OS MAIAS DE GUATEMALA


Para os Maias de Guatemala não é necessário dissertar sobre o que significou o “tempo” para uma antiga civilização. Nas comunidades atuais há centenas de seres humanos que vivem os “dias” como o fizeram seus antepassados desde há séculos.
Quanto você encontra qualquer tipo de conta calendárica Maia, a unidade básica é o Q’IJ. Esta palavra, que pode ser traduzida como “dia” também significa “sol”. Por tanto, quando dizemos: “Hoje é o dia AJ’, na verdade também poderíamos expressá-lo como: “Hoje é o sol AJ”.
É que nesta concepção-vivência da realidade, o tempo não somente se quantifica em grupos de dias. É mais do que isso: cada dia ou sol tem personalidade, tem essência, tem características que inundam toda a realidade do ecossistema e dos seres humanos que nele habitam. Diz-se que o “dia tem rosto”, isto é, “presença”.
Por tanto, um dia como Oxlajuj Aj (13 Broto) marca as características da realidade que nos cabe viver, é a influência de fundo que se agarra em todos os pequenos aspectos do cotidiano.
Esta informação que nos chega na forma de OxlajujAj está presente na luz do Sol. Mas em verdade, não faz referência ao “Sol que se vê com os olhos” tal com esteja dito no Popol Wuj. Pois, o sol que vemos não é o SOL que dá início ao tempo, às modificações da matéria, à realidade criada e formada.
Oxlaju Aj, assim como as demais influências registradas no Cholq’ij, são forças ou inteligências invisíveis, espirituais ou essenciais. Não estão apenas na luz do Sol físico. Formam parte de toda a Natureza. Forjaram-no no útero de sua mãe e seguem dia-a-dia, dando expressão a toda sua personalidade e existência.

texto Juan Carlos Romera Sales
Tradução: Leslie Almeida

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